ODS 10 – Redução das Desigualdades

Objetivo: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

📍 Contexto no Brasil

O Brasil está entre os países mais desiguais do mundo. Os 10% mais ricos concentram cerca de 57% da renda nacional. Entre 2016 e 2022, a desigualdade aumentou e o país não apresentou avanços significativos em quase nenhuma meta do ODS 10. Houve retrocesso na renda dos 40% mais pobres e impacto negativo da pandemia, mas também ficou evidente o papel crucial das políticas públicas para mitigar desigualdades.

📊 Avaliação das Metas (IPEA)

MetaSituaçãoDestaques
10.1 Crescimento da renda dos 40% mais pobresRetrocesso – queda de 33% da renda entre 2016 e 2022.
10.2 Inclusão social, econômica e políticaDesigualdade por idade e raça; avanço leve em 2022.
10.3 Igualdade de oportunidadesFalta de dados diretos; aumento de denúncias de discriminação.
10.4 Políticas fiscais e salariais igualitáriasQueda da participação da renda do trabalho no PIB.
10.5 Regulação do sistema financeiroEstabilidade, mas alto custo do crédito e impactos negativos sobre a distribuição de renda.
10.6–10.c Desigualdades entre paísesAvanços limitados na cooperação internacional e migração; Brasil com estrutura migratória considerada bem gerida pela ONU.

🛠️ Políticas em Destaque

  • Novo Arcabouço Fiscal (NAF): substitui a EC 95, mas ainda limita o financiamento de políticas redistributivas.
  • Políticas de transferência de renda: Bolsa Família e BPC têm alto impacto redistributivo.
  • Serviços públicos: educação e saúde reduzem substancialmente o índice de Gini.
  • Valorização do salário-mínimo: importante, mas com efeito limitado frente ao nível atual do salário médio.
  • Cooperação Internacional Brasileira (CID): embora relevante, ainda limitada por financiamento.

🎯 Desafios Críticos

  1. Alta concentração de renda exige tributação sobre grandes fortunas e lucros/dividendos.
  2. Sistema tributário regressivo – impostos indiretos penalizam os mais pobres.
  3. Sustentabilidade fiscal limitada – financiamento das políticas sociais ainda depende do crescimento econômico.

Desigualdades estruturais persistem – por raça, gênero, território e classe.