ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável

Objetivo: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.

📍 Contexto no Brasil

Apesar de avanços expressivos entre 2004 e 2013, com o Brasil saindo do Mapa da Fome da ONU em 2014, os anos seguintes foram marcados por retrocessos severos. Crises econômicas, desmonte de políticas públicas e a pandemia de covid-19 agravaram a insegurança alimentar. Em 2023, 8,6 milhões de pessoas ainda estavam em insegurança alimentar grave.

📊 Avaliação das Metas do ODS 2 (IPEA)

MetaDescriçãoSituação (2016–2022)
2.1Acesso universal a alimentos seguros e nutritivosQueda drástica entre 2013 e 2022; leve melhora em 2023.
2.2Erradicar todas as formas de má-nutriçãoDéficit de crescimento e excesso de peso em alta nas crianças.
2.3Dobrar produtividade e renda dos pequenos agricultoresFalta de dados confiáveis atualizados.
2.4Garantir sistemas produtivos sustentáveisCrescimento de SAFs e produção orgânica, mas ainda residuais.
2.5Preservar diversidade genética agrícolaEstável; destaque para o banco genético da Embrapa.
2.aAumentar investimento em infraestrutura agrícolaIndicadores com evolução negativa.
2.bCorrigir distorções no comércio agrícola internacionalÚnico indicador com meta atingida.
2.cEstabilizar preços e garantir reservas alimentaresFalta de dados adequados.

🛠️ Principais Políticas e Ações (2023–2024)

  • Plano Brasil Sem Fome: coordenado pela Caisan, com cinco eixos para combate à fome e fortalecimento da SAN.
  • Novo Bolsa Família: com valores adicionais para infância e nutrizes.
  • Fortalecimento da Agricultura Familiar: Pronaf (R$71,6 bi), PAA, Programa de Fomento Rural, entre outros.
  • Reativação do Consea e das conferências de segurança alimentar.
  • Investimentos no PNAE: maior reajuste em 6 anos, ampliando a compra de produtos da agricultura familiar.
  • Cozinhas solidárias e agricultura urbana/periurbana: políticas urbanas complementares de SAN.

🌿 Desafios Críticos

  • Agricultura sustentável ainda marginal frente ao modelo agroexportador.
  • Aumento do uso de agrotóxicos e avanço sobre áreas naturais.
  • Estrutura fundiária concentrada e insustentável do ponto de vista socioeconômico.
  • Necessidade de continuidade das políticas de SAN para alcançar metas até 2030.